Crítica | Normal People (1ª Temporada)
A primeira é o suficiente.
Uma série original Hulu, baseada no homônimo livro da autora irlandesa Sally Rooney. Marianne Sheridan (Daisy Edgar-Jones) e Connell Waldron (Paul Mescal) são colegas de escola. Lorraine; mãe de Connell, trabalha como diarista na residência dos Sheridan. Ocasionando uma estranha intimidade entre os adolescentes, com breves momentos de conversas. Porém, nunca em público.
Até o dia, em que suas tardes se tornam encontros, e os dois desenvolvem um relacionamento íntimo. Sendo uma das únicas condições do acordo; A tímida Marianne não comente com ninguém, mantendo em sigilo. Já que Connell não quer acabar sua reputação escolar.
Após um desentendimento, o casal para de se ver. Porém, se reencontram na faculdade. Partindo para o segundo capítulo da relação. Onde, primeiramente, tentam desenvolver somente amizade. Ao perceber que a química permanece, tentam recomeçar essa história.
A ansiedade que demonstrar vulnerabilidade causa. Baixar a guarda assusta.
“Normal People”, sendo um título extremamente auto explicativo. Carregado do corriqueiro, da simplicidade e o cru do cotidiano. E quando acontece algo nada simples: A entrada de um grande amor. Não é só um sentimento que vai. Ele volta. Ao longo dos episódios, é ilustrado a maneira difícil de lidar com a bagagem emocional envolvida, e como escolhemos encaixar alguém em ao meio caos.
Não é uma jornada fácil de assistir, apesar do breve início com tom dramático adolescente, a melancolia permanece por toda série. Acompanhando a jornada de Connell e Marianne, com os empecilhos que aparecem e impedem dos momentos se desenrolarem de acordo com as expectativas criadas. Tanto por eles quanto por nós.
O espectador se depara com incontáveis momentos em que os protagonistas falham na comunicação e o ideal seria poder falar poder eles. Vendo o quanto as circunstâncias os frustram.
A inexperiência e ingenuidade que essa sensação avassaladora se perpetua, e espreita afligindo os próximos relacionamentos pelo fato de não possuírem tamanha grandeza . “Normal People” é o verossímil relato do funcionamento de relacionamentos na modernidade líquida. Revelando a potencialidade da experiência do primeiro amor.
8