Crítica | Vingadores: Ultimato

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O fim de uma era. Assim podemos definir “Vingadores: Ultimato”, o filme que encerra o Universo Marvel e reescreve o que começamos a conhecer lá no longínquo ano de 2008.

Uma obra deve ser reconhecida pela trama apresentada e não deve depender de outras para sua compreensão. Ao mesmo tempo, pode ser repleta de fanservice para os mais adeptos a este tipo de entretenimento. Todos os filmes da Marvel são assim. Contam, ao mesmo tempo, uma história para os fãs e outra para o público em geral: a fórmula do sucesso.

“Vingadores: Ultimato” é diferente. O quarto longa do estúdio dirigido por Joe e Anthony Russo é uma eterna homenagem. Seja para quem acompanhou essa jornada de 22 filmes ao longo de onze anos ou para o próprio elenco que se entregou de corpo e alma para a realização desta grandiosidade. É, acima de tudo, um marco na história do cinema e de uma geração.

Na trama, os Vingadores estão devastados após perderem a batalha contra Thanos e ver metade dos seres do universo serem dizimados. Resta reunir os sobreviventes e tentar uma nova investida para acabar com o Titã Louco e reverter os efeitos das joias do infinito.

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Um dos maiores pontos em que este filme se diferencia dos três antecessores é no ritmo. Você não sente aquela linearidade de “início-meio-fim”. Começa onde acabou “Guerra Infinita” e segue por três horas como se fosse o final, com a última esperança dos Vingadores e agregados. Não há uma preocupação inicial com grandes batalhas, mas sim com a interação de seus personagens, principalmente os seis Vingadores originais: Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo), Viúva-Negra (Scarlett Johansson) e Gavião-Arqueiro (Jeremy Renner).

E esse é o grande trunfo. Diálogos bem elaborados e divisão de cenas perfeitas entre os mais diversos personagens deste universo rendem cenas icônicas, principalmente protagonizadas pelo Capitão e pelo Thor. Ao contrário de seu antecessor, “Vingadores: Ultimato” é incontestavelmente uma história da super equipe e não mais do vilão. Por conta disso, o ritmo de cenas dramáticas cai consideravelmente e até tornam-se previsíveis. Mas não se desanime. Se você é daqueles que procuram tramas mais obscuras e com risco iminente de morte não vai se decepcionar nem um pouco. A atuação está impecável. Todos os atores apresentam total domínio de seus personagens, inclusive aqueles que entraram neste universo a pouco tempo. Não há excesso de nenhum, apenas cenas em que alguns serão lembrados mais do que outros.

A grandiosidade desta obra está em fazer tudo aquilo que era apenas possível nas páginas de uma revista, mas insonhável de trazer para as telonas. Mas, neste filme, impossível é uma palavra que foi cuspida para fora do dicionário.

A trama é bem coesa e em alguns momentos até simplista demais, se for levar em consideração a complexidade de um assunto que é peça-chave no filme: as viagens no tempo. Não é spoiler pra ninguém que a única maneira de reverter o estalar de dedos de Thanos e trazer todos que desapareceram de volta é através do tempo. Acontece que mostrar este tipo de tema nas telonas é muito perigoso, pois se não explicar direito como isso funciona, você pode estragar o filme.

Não é o caso aqui. Praticamente o segundo ato inteiro são diálogos entre os personagens conversando sobre as viagens para o passado e como isso não impactará no futuro deles. Pois diferentemente de como é tratado em “De Volta para o Futuro”, aqui quando o passado é alterado não muda o futuro. É criada outra linha temporal, que os diretores deixam claro que não é o foco do filme, o que pode render críticas por parte dos mais atentos.

A ansiedade de deixar tudo esclarecido por vezes mostra resoluções de problemas de forma muito rápida e direta. Querendo consertar isso e estipular dificuldades para os Vingadores nesta jornada ao passado, são criados obstáculos pequenos apenas para dizer que os heróis não obtiveram 100% de sucesso. Óbvio que não é nada que estraga o esplendor que é este filme.

A sensação que fica é que a Marvel acertou - mais uma vez - em um filme que homenageia todos que acompanharam essa que é a maior saga de todos os tempos nos cinemas desde seus primórdios, heróico onze anos atrás.

9,5

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